ARTIGO – As Sete Belas Artes e o Mundo Translúcido

ARTIGO – As Sete Belas Artes e o Mundo Translúcido

As Sete Belas Artes e o Mundo Translúcido

 

As Sete Belas Artes contêm um significado epistemológico pluralístico em poder entender o homem como agente idealizador do espaço vivente, ao qual, pode vim a arranjar polivalentes elementos quanto a uma semiologia em buscar entender o seu “estar no mundo”, bem como “a uma lapidação filosófica” em empreender atitudes, que possam construir, “uma ontologia”, partindo para um princípio concreto, das artes em si, formatarem uma teoria do conhecimento, sendo uma atitude de combater a construção de uma história que não seja repleta de preconceitos.

Vejamos como exemplo que pintor Modernista Paul Delvaux, usou de traços Surrealistas para relatar o cotidiano “do homem simples”, mas que se torna gigantesco perante um sentido antropológico, em dar voz uma aparência refinada às “pessoas comuns”, ou como diria André Malraux “o homem precário”, que através do movimento ideológico das artes consegue estar em evidência perante uma “modernidade liquida”, que vai deificando e realizando maneiras de labutar uma nova forma de condição humana, que se compõem como um “museu movente” quanto a sublinhar um forte espírito de intelectualidade, quanto a se colocar, o fator artístico, como sendo uma característica praticamente inata do “sapiens”.

A harmonia dos sons, passando por Mozart, Beethoven, Verdi, e chegando até o nosso Villa Lobos, que depois ganhou tons de contestação com o Rock And Roll, com o movimento ativista dos negros nos Estados Unidos, com Chuck Berry, Fats Domino, Little Richard, passando para o balançar escaldante de Elvis Presley, chegando ao ritmo demoníaco e malicioso dos Rolling Stones, junto com os bons meninos de Liverpool, OS Beatles, revelaram a biomecânica, em se colocar o “cartesianismo de Descartes”, em evidência através de um forte requinte de audácia, de, unir o corpo e a mente, dentro de contextos sociais ecléticos, aos quais, a criatividade, venha a trabalhar o lúdico, perante a conjunção de múltiplas questões quanto a uma mentalidade que venha através do inconsciente de cada “ser”, estar em torno de um “tempo de longa duração”, que passando pelos princípios da “Nova História”, venha a compor um agir através da dança e do entrelaçamento de corpos no compendio “finito – infinito”, revelando a leveza de procurar no desconhecido, caminhos para fugir de um existir, que não esteja traçado em transcender, a limitação da carne perante o motor intrépido da natureza perecível.

O Balé Jean Noverre, colocou a precisão de passos cadenciados, através de palcos  teatrais, que submetem a uma arquitetura de determinada época, fazendo ser possível a humanidade se reconstruir, entre diferentes fatores, em modificar sua “maneira de estar no mundo”, conduzindo um forte sentido de “vontade e representação”, usando do termo de Schopenhauer, em dar toques de perfeição de uma educação que seja precisa visão translúcida da realidade, mas que possa promover a união, entre o rigor de se buscar o máximo possível de perfeição, perante uma coqueluche, em saber que através dos seus erros, se interliga um pictórico acervo de questionamentos aos quais, “o belo”, não é somente a admiração, mas sim, culmina em uma reflexão, em se entender prognósticos de que o sensível é um fator vital da primazia, a se elaborar uma compreensão de estruturas linguísticas, que possam assim despertarem, um coeficiente, de explorar vértices indagadoras, de que para se chegar ao celestial da admiração, é necessário muito suor fôlego, da interpretação e assimilação do “real com o espiritual”.

O cinema segundo as palavras de Alfred Hitchcock “tem como uma de suas metas, retratar, os lados sombrios da mente humana, realçado com um toque de romantismo mórbido, onde o amor detém um gosto de busca pelo macabro”, que assim vai brincando com todas as emoções, causando uma neurose de frenesi, em se admirar desde a simbologia da mais pura candura, até os prognósticos mais demoníacos, de arquétipos, uma leviandade questionadora, de que é necessário, um “kalos”, que venha caminhar para uma humanização que o sentido de beleza, não é somente um rosto bonito, ou uma convenção do que pode ser copiado ou apreciado, como parâmetro, para determinar como o ser humano deve se reinventar no seu cotidiano, mas sim que o celestial com o infernal, fazem novos individuações, repletas de ações e atribulações, em tempos repletos de bajulações e recordações discrepantes entre si.

Esse tempo que segundo Heidegger, “determina o que seja útil clássico, e não unicamente velho”, pois a literatura revela através dos psicodelismo estilístico, as dádivas de localizar em meio a sua fantasia, atributos que diferenciam o homem dos outros animais, pois ele tem a capacidade de “ler o mundo”, de diversas formas.

Formas esculpidas na Iconoclastia, e no talento de Aleijadinho, Rodin, Michelangelo, Da Vinci, que através das suas mãos, foram capazes de alcançar a benevolência do toque celestial, que assim venha a surpreender os mais céticos quanto à suavidade de capacidade ilimitada do “sapiens” em se renovar, quanto as suas dádivas criativas, transformando a matéria bruta, em uma lógica do “belo”, como uma louvação da rusticidade, que através da subjetividade, contaminada pelo “amor”, buscarem suas faculdades mentais mais profundas a harmonia perfeita entre a razão e natureza.

Uma razão, que fundamenta atitudes, de um toque de carinho, sendo abençoado por Zeus, que faz dentro dos afrescos cristãos da Renascença, um ensaio de que para suavizar e aperfeiçoar a sua genialidade, é de vital importância a loucura de Van Gogh, ou audácia sonora de Debussy, aos quais as artes, não podem, envelhecerem, em um mausoléu de doutrinação irrisória e destruidora de privação, mas sim ter uma argumentação translúcida, que venha a gerar um cânone, de fugir do “senso-comum”, em que o olhar do compositor e os traços do pintor, promovam probos de admirar o entrelaçamento do concreto armado feito por Oscar Niemeyer, ou do designer futurista da Bauhaus, venha a consolidar uma sociabilidade de fazer dos espaços geográficos, um conluio entre a virtuosidade personalista transculturalista, usando da rigidez dos tijolos, mas contendo no “belo e no audacioso”, a fúria de um incentivo, para a formação de mentalidades cíclicas, que possam assim entenderem, que os movimentos artísticos, estão imiscuídos em praticamente tudo seja relacionado ao “fator humano”, como diria Graham Greene.

Nas batidas do Rock, está a loucura em encontrar no amor, um revestimento de tessitura intelectual “leve, provocativa, demoníaca, divina,” onde o prazer se mistura com audácia em buscar o bem, como um objeto de lembrar o homem que é necessário se renovar constantemente perante os desafios de um “futurismo”, que já não sabe mais como se debruçar perante o “simples”, esperando sempre grandes transformações, e que ás vezes estão escondidas, nos simulacros mais práticos, de uma jornada cultural enfurecida, em não requerer dialéticas de respostas prontas para os dilemas mais profundos da alma humana.

Ou seja, as “setes belas artes” de Ricciotto Canudo, não é somente um tratado técnico, mas sim a própria essência de uma mentalidade, que detém a necessidade existencial, de conter um espiritual, que possa tanto nas palavras, como nas figuras, introjetar um compendio de interrogações acerca de como, o “abstratismo se conflui para um nada, se unindo ao tudo, fazendo o homem um universo de psiquismo, conclamando sucessivamente que é necessário se renovar a cada instante”.

“Na loucura de buscar o equilíbrio, a frieza do artista, modifica sua sofisticação, em se colocar como demiurgo, transpassando as suas limitações carnais, chegando para uma arte em viver e compreender”, com um infinito sentimento em realizar os seus desejos mais profundos, como um realce de entretenimento coletivo, mas com uma incidência, de que o “belo”, pode ser contemplado a cada momento e a cada lugar, como uma rebelião contra a massificação da criticidade que seja caracterizada como um lampejo psicológico, que se faz mais do que justo, adentrar no teatro das incertezas, para chegar a destreza, de viajar por entre concepções de mundos que sejam esculpidas, por semânticas de discursos, que se justapõem entre si, como uma dramatização de que o homem precisa se reinventar freneticamente a cada instante.

Um “instante que segundo Gaston Bachelard, esteja se reproduzindo em partículas de universos paralelos, de realidades que se recompõem, através de um cosmos em buscar no mais profundo intimo das pessoas, respostas coletivas, de que cada ser-humano é uma arte escaldante de alternativas, quanto a conter um movimento sucinto entre razão e emoção, que venha promover as mais transcendentais hipóteses, quanto a fugir de um caminho unívoco de resposta para os seus mais elementares problemas de vivência material e mental”.

A arte necessita de uma pitada, de renovação, mas que também de um coletivismo de apreciação do “belo”, reescrevendo capítulos de fatos, que não se sustentem somente por si só, mas sim que dentro da sensibilidade do artista, venha a trazer alcunhas de esperanças de dias melhores, que ornamente um fluxo frenético de idealismos, que arquitetem uma natureza humana translúcida , que se distancie do encarceramento da imanência em minguar, sua capacidade de criação artística e intelectual, como sendo um absenteísmo de não desenvolver uma empatia, pelos dons particulares, de escrever levemente uma inovação, dos capítulos históricos mais profundos da mente humana , gerando uma resistência moral, quanto à morte, da criatividade, através da idealização e sensibilização, de que para se chegar a um “possível equilíbrio cósmico”, a arte não pode ficar somente em um número simbólico, mas sim que ela se engendra como uma amizade, entre o desejo e a rebeldia, de não ficar prezo formalismos, e sim que através da desconstrução de simbologias preconceituosas, é possível se usar até da ignorância, para se coligir, os mais rígidos, e formais diamantes de um emblema artístico, que faça a humanidade nunca se esquecer, que de todas as artes, “o homem é a mais bela realização criadora”, mas que precisa ser retocado em sua essência a cada momento, perante os seus objetivos mas delirantes, e hilariantes de sociabilidade e assertividade.

E a coluna trará, a cada edição, um retrato mais aprofundado acerca desses movimentos que há muito nos precedem.

Essa é a definição desse nosso espaço. O objetivo? Esse é o melhor! O de percorrer os quatro cantos desse azulado planeta sem cantos, trazendo aqui, para todos vocês, esses diversos recortes. Tudo envolverá muita pesquisa e estudo, obviamente. Mas não esperem ler artigos acadêmicos, por favor.

Trarei aqui os dados e informações revisitados sob o meu prisma pessoal, com o intuito de subjetivar temas e colocações. Espero que gostem, se divirtam e aproveitem a coluna para ampliar os seus conhecimentos sobre as festividades e costumes que nos individualizam no

 

Por Clayton Zocarato

 

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