Fundada em 1549 Salvador foi a primeira capital do Brasil. Sua história começa com a chegada dos portugueses na costa brasileira, na região da Baía de todos os santos, propícia para a instalação de uma capital.
A cultura baiana é formada a partir de influência indígena, europeia e principalmente africana. Foi na capital baiana que chegaram os primeiros escravizados que construíram a cidade de Salvador. Os costumes africanos é o predominante na região, onde descendentes de escravizados mantém a cultura de seus ancestrais na culinária, na dança e religiões.
Culinária
É impossível estar na Bahia e não se deliciar com suas comidas típicas como o acarajé, vatapá, caruru e suas variedades de moquecas de frutos do mar. O acarajé se origina da língua africana iorubá: akará= bola de fogo e já que significa comer, sendo assim na língua africana significa “comer bola de fogo”. A receita chegou ao Brasil por africanos na época da escravidão. O vatapá também de origem africana, chegou ao Brasil pelos africanos iorubás com o nome original de ehba-tápa.
O prato tipo se tornou a marca na influência da população negra na região.
O caruru, a acarajé e o vatapá são pratos de histórias tão ricas quanto o seu sabor. Trazendo consigo uma tradição culinária que resistiu ao tempo e se entrelaçou perfeitamente na cultura baiana.
Festas
O Carnaval iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas partiu de uma brincadeira de origem portuguesa que na colônia era praticada por escravizados onde pessoas saiam sujando as outras com lamas e urinas. No entanto foi proibido em 1841.
Na capital baiana o Carnaval é uma grande festa de rua com pessoas fantasiadas atrás de grandes trios elétricos, símbolos marcantes no Carnaval.
Inventado em 1950 por Dodô e Osmar marcando assim a história do Carnaval nas ruas da capital baiana e nordeste do Brasil.
Dança
Na Bahia a forte é a cultura africana e os baianos mantém as origens de seus antepassados. Muitos decadentes de escravizados se orgulham das histórias de suas raízes. Entre tantas histórias surge a capoeira. Uma dança africana que surgiu como resposta a violência.
Uma mistura de luta com dança ao mesmo tempo que os escravizados praticavam com seus movimentos brutais ágeis para se defenderem dos capitães do mato.
Uma dança que reúne ataques e defesa ao som de um berimbau que foi adaptado para não levantar suspeita aos senhores de engenho qual era o verdadeiro significado da capoeira.
Em 2014 a capoeira foi reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO (Organização das nações unidas para Educação ciências e cultura). Para a tradição ser vista como uma filosofia de mundo, mantendo o respeito entre as comunidades salvando a resistência do povo vindo da África.
Música
O ritmo baiano é o axé. O ritmo começou nos anos 80 inovando o Carnaval baiano.
Uma mistura de samba-reggae, freio, forró, merengue e ritmos do candomblé que é um ritmo afro-brasileiros e afro latinos.
As suas explosões de sons definiram a dança baiana que levaria o mesmo nome do ritmo. O axé nos anos 80 até final dos anos 90 o axé conquistou multidões e nações com seus embalos que marcaria toda uma geração e se estenderia por décadas. O ritmo nos anos 2000 foi adaptado a nova era que se iniciava, ganhando assim um ritmo mais eletrônico remixado já que nos anos 2000 o funk chegou com tudo.
O ritmo afro se tornou um hino no estado baiano se tornando desejo de artistas internacionais.
Olodum
O grupo foi fundado no ano de 1979, no centro histórico de Salvador como opção de laser para moradores do Pelourinho. Olodum é uma palavra de origem yorubá e no ritual religioso do candomblé significa “Deus dos Deuses” ou “Deus maior” Olodumaré, não representa um orixá mais o Deus criador do universo.
A casa do Olodum é um espaço que visa combater a discriminação social e racial e o orgulho afro-brasileiro.
Tombado pela ONU como patrimônio imaterial e cultural do estado da Bahia. O grupo tornou-se o uma das mais importantes expressões de músicas mundiais. Atraindo turistas de todos os cantos no centro histórico da cidade.
Elevador Lacerda
Criado pelo empresário Antônio Lacerda e seu irmão o engenheiro Augusto Frederico de Lacerda, deu-se início a sua construção em 1869. Um grande marco para a engenharia da época, financiado pelo pai dos irmãos Lacerda o senhor Antônio Francisco de Lacerda.
E com quase oito anos depois foi inaugurado no dia 8 de dezembro de 1873 nomeado de Elevador Hydraulico da Conceição da Praia. O Elevador passou a se chamar Antônio de Lacerda por indicação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.
Em 2006 foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Mercado Modelo
Reinaugurado em 2 de fevereiro de 1912, o prédio era uma antiga alfândega que tinha sido construído em 1860 e inaugurado em 1861.
O mercado surgiu pela necessidade de um centro de abastecimento na cidade baixa. Em 1917 houve o primeiro incêndio no prédio original e em 1922 um segundo incêndio iniciou-se na madrugada de 7 de janeiro tendo reduzido o mercado as áreas subterrâneas. Causando um prejuízo de mais de mil conto de réis.
Em 28 de janeiro de 1943 um terceiro incêndio deu-se início corrompendo toda a instalação do prédio. Não foram identificadas as causas do incêndio e logo o prédio mais uma vez seria recuperado.
Mais em 1 de agosto de 1969 foi o mais violento incêndio de sua história, a tal ponto de inviabilizar a reconstrução do imóvel. Visando a segurança pública os escombros tiveram que serem demolidos.
Em 2 de fevereiro de 1971 o edifício foi reconstruido a um estilo neoclássico do século XIX. Mais em 1984 um novo incêndio no atual prédio começou destruindo suas instalações e uma extensa reforma do edifício.
Em 2018 foi listado como os 20° dos locais mais assombrados do Brasil pelo meia curioso.
Atualmente o prédio é referência turística com suas histórias.
Por PATRÍCIA NASCIMENTO