De rude caminhada, amigo, venho,
ainda não te vejo, mas confesso:
aos passos necessários no regresso
não deixarei faltar vigor e empenho!
Enormes são as noites que atravesso,
irado o temporal que fere o cenho,
contudo, esperançoso me mantenho,
conhecedor das provas do processo.
Sorvendo as ilusões de riso largo,
deixei a tua voz cair nos braços
do tempo e lamentaste aí, sozinho.
Depois de me livrar do gosto amargo,
espero resgatar, no espelho, os traços
de um rosto abandonado no caminho.
Por JERSON BRITO
Porto Velho/RO