MÃE ÁFRICA – Nomes e Significados na Cultura Txokwe

MÃE ÁFRICA – Nomes e Significados na Cultura Txokwe

A cultura africana representa-se na sua distinta forma de manifestação, desde a dança rítmica, vestuário dos seus povos, rituais de manifestação popular, crenças, os nomes e outros aspectos místicos. Os nomes são importantes, porque servem-nos de identificação e podem nos distinguir um do outro, para a cultura Txokwe este conceito vai muito além. O acto de nomear alguém é um momento meramente sagrado, além dos gestos e rituais que podem ser feitos para abençoar a criança que será nomeada, os nomes são dados na sua maior representando situações e momentos como dificuldade em engravidar que origina nomes como: Muginga, Ipanga, este último expressa também o lugar, fuga a paternidade que dá lugar a nomes como: Txakuanda, Txissolo, Mwetxeno, situações de morte da mãe ou pai ou até mesmo de ambos no momento que nasce a criança, que é nomeado Hitxica que significa deixado, nos momentos eufóricos nomes como Txisseke que signfica alegria, Nayuca – Calhei, Wayuca – Calhaste, Txiyuca – Calhado, Wayami/Nhywami – é meu, enquanto em situações de tristeza e calamidades podem surgir nomes como Lamba que significa sofrimento, Chinguinheca  – pensamento, Cononoca – humildade, Chipichica – qual é o problema. Nos casos de nascer gêmeos, os pais ganham de forma automática nomes como Saphassa – para o pai e Naphassa – para a mãe, e um outro atributo que é a liberdade e necessidade de proferir algumas palavras ofensivas por conta do nome, este atributo segundo teorias é para o bem das crianças, enquanto que as crianças ganham nomes como: Ndjamba e Nguewe/Ngeve, Canco e Txibuabua, Munda e Muvuma, dependendo muito do grupo étnico e quem vem após os gêmeas é nomeado Txijica. Muitos desses nomes são invariável, o que significa que tanto homem como mulher pode se chamar Txijica, Muginga, Wayami, Lamba…

Os nomes na cultura Txokwe de forma geral, carregam sempre um significado e misticismo. Actualmente em Angola, alguns nomes tradicionais como Nayuca e Wayami, estão sendo aportuguesados exprimindo posse e total direito da paternidade.

Por ALEGRIA MAURO

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