MATÉRIA DE CAPA – A Escultura e a Arte

MATÉRIA DE CAPA – A Escultura e a Arte

Na vida habitada por seres humanos, existe a transformação da matéria bruta em peças com significado, seja esse material composto por pedras, metais, madeiras entre outros componentes. A essa transformação chamamos de escultura. Esta forma de arte espacial em terceira dimensão ou forma com volume, altura e profundidade é possível caracterizar um objeto com conteúdo que preenche o espaço ainda vazio dos corações de quem contempla, na vida, essas esculturas na terra.

Para toda representação material na terra é possível a subjetividade em sua presença. Tudo que existe no mundo não tem sua composição em si mesmo, assim como o ser humano. É possível sempre perpassar a arte nela mesma e isso a caracteriza pelo seu sentido real.

E mais do que isso, para toda obra de arte sua base sempre estará atrelada diretamente ao interior de determinado homem: suas dores, angústias, alegrias, certezas e incertezas. Todo significado primeiro nasce no coração e na cabeça de quem a produziu, e o belo e magnífico de uma escultura será em boa parte personificada em forma de arte aparente.

Nas artes plásticas, a escultura se traduz como uma das formas representativas que mais se estabelece com a interação ao público em geral. O motivo disso é a sua finalidade pensada de forma propositiva objetivando a ocupação dos espaços públicos vazios. Para esta analogia o corpo humano seria o conjunto escultural produzido pela fonte inesgotável de todas as coisas existentes na terra. Boa parte das esculturas produzidas na antiguidade remetia aos complexos arquitetônicos históricos com a intenção da harmonia em forma concreta de pensamento.

Gregos, romanos, renascentistas, culturas religiosas tradicionais, budismo, hinduísmo, catedrais góticas da idade média e os palácios em estilo clássico do período das monarquias absolutistas se utilizaram na representação da arte de transposição do que é abstrato para algo concreto, visível e compreendido.

Importante perceber que para cada época civilizatória e escolas artísticas constituídas, as esculturas vem sofrendo variações pela forma de pensamento e por tudo aquilo que o ser humano carrega dentro de seu íntimo e suas impressões para cada forma de pensamento vigente em determinado tempo histórica.

Michelangelo, Picasso, Auguste Rodin, Dante Alighieri, entre tantos outros artistas puderam externar o que vivenciaram em seu tempo e em vários períodos históricos trazendo luz e profundidade para todos os que dessas obras foram buscar entendimento de si mesmo.

Seja no cubismo, dadaísmo, abstracionismo ou no construtivismo a intenção de todos esses movimentos foram tornar a vida e os cérebros de todos aqueles que dessas artes pudessem desfrutar, sendo assim influenciados e melhorados em seu interior e exterior pela forma de pensamento e expressividade que nasceu e resplandeceu em toda sua plenitude, através dos tempos em forma visual e material.

Interessante ainda notar que tudo aquilo que nasce ou surge vem com um propósito muito claro da melhora humana. No caso do surgimento da escultura em forma de arte, não poderia ser diferente. Para os próximos e novos tempos históricos que venham a surgir e se apresentar, que sejam todos eles envoltos por homens espelhos das suas próprias obras de artes esculturadas. Saiam da rasura de seus pensamentos e atitudes e as profundem em todo o seu esplendor, aflorando sua essência como forma de atitudes de bondades, gentileza e generosidade e como uma escultura ambulante o homem possa transferir o belo e profundo que existe dentro dele, só que dessa vez em forma de gestos e não mais em forma escultural monumental e estática. O seu alcance passe a ser cada vez mais notável e útil por sua originalidade e veracidade. Sejais o homem uma verdadeira escultura de arte por onde quer que passe, pois tudo que passa do material será sem dúvida nenhuma muito mais admirável e contemplável do que sua composição concreta em si mesmo.

Certamente um grande desafio, mas com toda certeza a abertura para um novo tempo em que o passado não deverá definir o futuro e sim ser ponte para novas descobertas e realidades. Tudo parte de um ponto para um outro ponto, e a escultura teve e tem sua importância nesse processo de transição tão necessária em dias atuais.

Te convido a buscar ser a partir de hoje uma escultura viva no mundo e entre os seus. Faça a diferença e se apresente ultrapassando os limites esculturais e se torne em si mesmo a arte que se movimenta e habita a terra contribuindo para a transformação de que o mundo tanto necessita!

Por Raiana Reis Costa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo