MITOLOGIAS E CRÔNICAS – O nascimento do Teatro na Grécia Antiga

O nascimento do Teatro na Grécia Antiga

Em uma era de mitos e monstros surge o que se tornaria uma paixão por todo o mundo e que teria o poder de transportar as pessoas para um lugar magico e de sonhos: O TREATRO

No teatro é que os sonhos acontecem, todo aquele borbulho nas coxias e a expectativa de apresentar um belo espetáculo.

Desde criança, sempre achei fascinante, como aqueles atores conseguiam trazer tanta vivacidade as apresentações e como saia tudo perfeito. A bailarina que com seus pés flutuantes trazia a emoção de cada movimento de cada nota musical, me fazia pensar, como surgiu essa expressão cultural tão vivida e emocionante.

Se como eu, você sempre teve essa curiosidade, embarque comigo nessa viagem.

Voltaremos no tempo, mas precisamente na Grécia Antiga, o berço da civilização.

O teatro Grego surgiu em Atenas no ano de 550 A.C. a princípio era uma forma de adorar e reverenciar os deuses. Era assim que os gregos contavam a história de seus criadores. As festividades eram principalmente em reverencia ao deus Dionisio, o deus do vinho, da fertilidade e festas. Nestas celebrações as pessoas dançavam, cantavam e é claro bebiam, que melhor maneira de homenagear o deus do vinho, do que consumindo a bebida que lhe foram ofertados pelos deuses. A festa era tão boa que durava dias.

O termo teatro (theatron) vem do grego, que significa “local onde se vê” ou “lugar para olhar”. O teatro grego era composto por diversos elementos, cenários e figurinos. Também havia juris, que dependendo da peça, os jurados podiam pertencer a aristocracia local.

Geralmente eles apresentavam danças, músicas e mímica. O teatro para eles era muito importante, um evento social, reunindo em um só local a realeza e a população em geral.

O formato que esses espaços foram construídos era um espetáculo aparte. Suas construções eram arquitetadas em forma de meia lua, para que a acústica fosse a melhor possível, o palco ficava ao centro e arquibancadas em forma crescente. E eram chamadas de Teatro de Arena, pois era ao ar livre. Os mais famosos eram os Teatro de Delfos e Dionísio.

GÊNEROS TEATRAIS GREGOS

Os principais gêneros teatrais da época eram a tragedia e o drama, que era destinados a contar historias épicas, como as dos deuses, heróis e os semideuses.

Tragedia Grega

Quem nunca usou a expressão “foi uma verdadeira tragedia grega” que atire a primeira pedra. Tudo que acaba de forma infeliz ou ruim é atribuído a esse antigo ditado popular.

Do grego, o termo tragedia (tragoedia) é formado pelas palavras “tragos” que significa bode e “oidé” que significa canção. Juntando tudo temos a “canção ao bode”. Pois é: depois foram as coitadas das bruxas que levaram a fama com os bodes.

A celebração tinha esse nome, porque era sacrificado um bode em oferenda a Dionísio, e os homens se vestiam de sátiros (seres mitológicos que tinham pernas de bodes o tronco de homem e eram protetores dos bosques e animais).

A tragedia, é o gênero teatral mais antigo que se tem conhecimento, que se baseava em historias trágicas e mitológicas, como o medo, a morte e terror. Esse gênero era composto por cinco atos, e seus personagens geralmente eram os deuses, heróis e reis.

Os mais importantes dramaturgos desse gênero foram: Ésquilo (524 – 456 A.C.), Sófocles (496 – 406 A.C.) e Eurípides (480 – 406 A.C.). E os jurados eram formados por cinco importantes aristocratas.

Segundo o filosofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) a Tragedia era um gênero maior, capaz de transmitir nas pessoas as sensações vividas pelas personagens.

Esse processo, definido por ele como “Catarse”, acontecia com o público enquanto assistia à peça, como forma de purificação e/ou expurgação dos sentimentos.

Dramaturgos e suas principais obras

Ésquilo:

Os Persas
Agamêmnon
Prometeu acorrentado: Essa foi uma das principais peças de Ésquilo. Essa tragedia grega retrata o castigo dado a Prometeu, por ter roubado fogo dos deuses e entregado aos homens. Zeus furioso pela petulância condena o Titã a passar a eternidade acorrentado a uma pedra e com uma águia comendo o seu fígado durante o dia e a noite ele se restaurava.

Sófocles:

Antígona
Electra
Édipo Rei: Essa peça trata de uma das histórias mais emblemáticas da Grécia antiga. A historia tem tanto valor que o próprio Aristóteles à cita em sua obra “Poética”. A tragedia conta que Édipo, após consultar o Oráculo de Delfos, descobre que estava destinado a casar com sua mãe, com quem teve dois filhos e duas filhas e matar o seu pai. Após saber da verdade sua mãe-esposa se enforcou e Édipo envergonhado, furou os próprios olhos.

Eurípedes:

As troianas
As Bacantes
Medeia: Essa tragedia é baseada na história de Jasão e Medeia. A primeira encenação foi realizada em 431 A.C. Divida entre amor e ódio, Media era uma poderosa feiticeira, completamente apaixonada por seu marido Jasão, que depois de um tempo de casado, se vê enamorado por outra pessoa. A jovem esposa, não aceitando aquilo e cega por sua cólera, mata os próprios filhos por vingança em ser abandonada pelo tão amado marido.

Comedia Grega

O termo comedia (Comovida), significa um “Espetáculo Divertido”. O nome deriva do canto dos cortejos de mascarados denominada kómos. Trata-se de um gênero teatral crítico baseado em sátiras, e que abordava vários aspectos da vida cotidiana de maneira cômica.

Por ser considerada inferior a Tragedia Grega, erroneamente na minha humilde opinião, os juris eram compostos por pessoas da plateia e não tinha o mesmo “glamour” das tragedias, pois a comedia grega tratava do homem comum e a sociedade em geral, as vezes fazendo duras críticas aos costumes, hábitos, moral, figuras nobres, políticos, dentre outros.

Ainda que não despertem sentimentos profundos na plateia, além dos risos, o que eu acho ótimo, porque rir é o melhor remédio. A comedia tinha um papel importante na sociedade, pois elas possuíam mensagens filosóficas e morais.

Assim, ao criticar o modo de vida da época, ela tinha a intenção de despertar na plateia a dúvida, a reflexão sobre diversos aspectos da sociedade grega.

Principais Características

Textos em versos;
Temas cotidianos;
Parodia e fantasia;
Sátiras políticas;
Críticas sociais;
Humor e estilo burlesco;
Ironia e sarcasmo;
Personagens simples (povo) nobre;
Obscenidade e sensualidade
Intrigas sentimentais;
Implicações filosóficas e morais.

Com o passar do tempo a Comedia foi se desenvolvendo e se dividiu me três períodos:

Comedia antiga (500 – 400 A.C): Surge durante o período da democracia ateniense, sendo seu principal representante Aristófanes, com suas sátiras políticas e sociais.

Comedia Intermediaria (400 – 330 A.C): Também conhecida de comedia “mediana”. Representa uma fase de transição de curta duração, sendo seu principal representante Antífanes.

Comedia Nova (330 – 150 A.C.): Surge com a queda da democracia ateniense, extinguindo o coro da comedia, sendo seu principal representante Menandro.

Principais Obras da Comedia Grega e seus Autores

Aristófanes: Poeta cômico, principal representante da antiga comedia grega. De toda sua obra, apenas 11 comedias foram conservadas.

Principais obras:

Lisístrata
A Paz
Os Cavaleiros
As nuvens: Nesta comedia Sócrates em particular e os sofistas em geral são retratados de forma ridícula, mostrados como intelectuais pretenciosos que sabem tudo. E que são capazes de ensinar qualquer pessoa.

Antífanes: De sua obra ainda é possível encontrar 137 títulos. Algumas de suas comedias recorreram a argumentos mitológicos, outras satirizavam personalidades nacionais e internacionais.

Principais obras:

Lópodes
Minos
Asclépio
Orpheu

Menandro: Foi o principal autor da comedia nova. Escreveu 105 peças teatrais, das quais oito foram premiadas. Foi um dos escritores mais populares da antiguidade. Segundo alguns historiadores boa parte de sua obra foi perdida durante a Idade Média.

Principais obras: