Autor: Di Lima
Mulheres da Taberna é um romance intrigante e inteligente. Sua narrativa rica em detalhes e descrições muitas vezes poéticas, transformam a imaginação do leitor em plena cinematografia.
Trata-se de uma mistura de ficcão e fatos históricos do século XIX, o exército de Napoleão Bonaparte prestes a invadir Portugal motivou a fuga da família real e a corte portuguesa para o Brasil.
É dentro desse contexto histórico que conhecemos o pintor francês Legrant e as personagens: Mila e Maria
Isabel. O passado de Mila é misterioso até determinada altura da narrativa; a vida de Maria Isabel tem uma grande reviravolta, saindo de um prostíbulo para ser membro da corte portuguesa. Representando o Brasil um personagem jovem, negro e escravo ganha muita importância na trama devido a sua simplicidade, coragem e sua agilidade como capoeirista.
Tendo como cenários Lisboa, Salvador, Rio de Janeiro,
Marrakesh, e Paris, a obra elucida os cenários escravagistas e patriarcais da época, causando muitas sensações de espantos e ojeriza diante de alguns personagens. Somos apresentados a situações de demasiadas injustiças em que prevalecia a opressão e, por conseguinte, a arrogância humana.
A história é rica em referências artísticas, literárias, musicais e aborda diversas tradições e culturas, enaltecendo, principalmente, a cultura afro-brasileira e indígena.
A trama, em uma narrativa não-linear, conta com grandes surpresas e reviravoltas, passagens completamente inesperadas. As mulheres têm destaque no enredo, por mais desfavorecidas que fossem as situações de algumas.
O desfecho da história mostra atos de justiça, heroísmo e amor.
Por SARAH SCHMORANTZ