É tão monótona a tardezinha que não me aplaca
E ingentil o sol que minha natureza despedaça
Quando parte dando aleivosamente sinais de fim
É melancólica a onda rasteira e larga que recua
Deixando areia molhada e meio nua
Nauseada do dourado, sal-choro me flagra
Chegando lua indo o másculo sol sem pena
Contrita venho alada engatinhando agachada
Joelhos arranhados de grãos-passado ainda
A tarde é longa como o piscar lânguido
As energias ficaram na travessia trêmula
Na boca o gosto-nostalgia da língua sôfrega
Tarde do domingo domina alma do desejo
Beija-me na praia de suaves grãos finos prateados
Até que chumbo-noite faça-nos marejados
De mar enfim
Por RUTE ELLA DOMINICI
São Paulo – SP, Brasil