Sua/minha enunciação não está alinhavada,
Hesito…começo a morrer no instante que tento,
Não consigo remover os pensamentos,
Desconfio… tiquetaqueando a cada batida do meu coração,
Implorar absolvição fere meu orgulho,
A cada inspiração de um segundo.
Não quero esbarrar na dor, longa e vagarosa,
Pressiono os minutos… cada hora,
Dissemelhante, estapafúrdio na transitoriedade,
Não consigo pronunciar, absolutamente nada,
É confuso argumentar, explicar… escolher e expor…
Meus pensamentos interrompem estremecidos,
O propósito imóvel, caído debilmente,
O arrependimento em estado de choque.
Pretendo, mas não quero… não consigo pensar em nada,
Necessito de encorajamento para abandonar o casulo,
Urgente, acelerado, acentuado pelo desequilíbrio da dúvida,
Para te proferir, de maneira forte como as forças da natureza,
Palavras que possam explicar a atmosfera pesada e sufocante,
Desse testemunho falho e duvidoso.
Mas não importa, sempre há a primeira vez, o começo, o recomeço.
Ainda assim, não consigo pronunciar, há uma irritação, um incômodo,
Um sorriso que desapareceu, um desconserto que aconteceu,
E precisamos remediar.
Estudo cada uma das palavras arriscando equivocar…
Me desculpe!
Por ADRIANA S. ARAÚJO
Fortaleza – Ceará, Brasil
