esta folha, como água
caindo; a chuva e o
som das gotas caindo.
a casca não é suficiente
para o afogado: ergue
o entulho e muda as
pedras por seiva e
sangue. assim, o céu
olha para a terra, e os
ecos da terra voam
cheios de lembranças.
os dados vibram teu nome
fora da boca para estar
onde não está. o deserto
se move contigo entre
animais, as folhas
são furadas, enrugadas,
enroladas. nômades até
lugar nenhum. o olho
de dados lê: esse é o
meteoro rascunhado
pela água. o deserto está
contigo.
Por BRUNO OGGIONE
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, Brasil