O silêncio me cala,
me prende entre as correntes.
Deixa a minh’alma nada inocente
esvaindo no vazio,
como um processo de evaporação,
indo embora toda a minha paixão.
O silêncio não me afaga,
não me conforta.
É como uma porta
fechada, trancada
entre chaves e cadeados,
presa ao abismo.
O silêncio me domina.
Invade minh’alma,
sufoca minhas entranhas,
me reduz a nada.
O silêncio tece a madrugada
e em sua caminhada,
me escolhe fragilizada,
abandonada em minhas dores.
Na solidão em que me encontro,
não tenho forças para te dizer.
Na escuridão do meu ser,
falta-me coragem,
apesar de querer.
Preciso obedecer meu coração,
sem procrastinação.
Que o silêncio possa se converter
em palavras.
Amanhã pode ser tarde demais.
Não estarei aqui para te dizer:
– Te quero, te desejo, te amo.
Que hoje seja o recomeço
de nossas vidas
e que os nós amarrados
sejam desfeitos no caminho.
Por RITA DE CÁSSIA BARREIRO
Brasília – Distrito Federal, Brasil