Passadas as volúpias vampirescas,
As vermelhas paixões de antigas eras,
E infernos das balbúrdias mais dantescas;
Destruídas as priscas primaveras
E perdidos os grandes sete mares,
Os sonhos, ilusões, e mil quimeras;
Terminadas as festas singulares,
Os espumantes místicos das taças,
E os queridos quitutes em seus lares;
Convertidos em cinzas as três graças,
As suspirosas bocas de veludo,
As arquejantes horas mais devassas,
O presente retoma o conteúdo,
O futuro sangrento a mim transtorna,
Em resumo: que tudo some, tudo!
A rotina prossegue agora morna;
Às batalhas, regresso sem escolta;
À morte das mentiras se retorna,
A vida das verdades à ordem volta…
Por ROMMEL WERNECK
Santo André – São Paulo, Brasil