A proposta desta coluna é trazer poetas trovadores, para recitar e dar voz e vida a sua poesia!
Trago aqui um dos meus trabalhos, que foi inclusive premiado pela Prefeitura Municipal de Americana, organizado pelo Conselho Municipal de Cultura, em terceiro lugar!
Bruxa
Eu, Bruxa?
Não uso só preto
Até gosto de cor de rosa
E gatos? Amo de todas as cores.
Ervas? Adoro, para um bom chá, remédios ou temperos!
E é claro, o aroma de um bom incenso.
Se sou má?
Depende de você!
Sou espelho que te reflete
Sou empática com quem merece
Se nasci assim?
Não meu bem.
Nasci fada encantada
Fui de princesa a primeira Dama.
Mas meu coração foi maltratado e arrancado
Pelo patriarcado
Que precisa de uma mulher atrás deles para guia-los
E quando aclamados esquecem de quem esteve ao seu lado
A mulher é só um troféu, enquanto é jovem e bela
Mas se ela abrir a boca e dizer o que pensa
Não serve mais é esquecida ou intitulada de malvada
Não é submissa? É Bruxa!!!
Assim me refiz
A Princesa descartada
Agora é a Bruxa mal falada.
Ah ah ah ah ah ah ah ah ah
Mas aceito como elogio
Pois como essas mulheres se libertaram
Por meio de suas artes
Eu também encontrei voz
Na Arte…
“A arte como base da democracia e transformação da sociedade”
Encontrei espaço e acolhimento
E posso exigir meus direitos
Inclusive me opor ao Patriarcado
Dar voz aos menos privilegiados
Pois na arte as vidas valem
Não tem raça, cor ou credo
Nem classe social ou sexo
A Arte é totalmente funcional e original
E como uma boa Bruxa ou melhor
Como uma bruxa boa
Quero fazer valer para todos
A igualdade e a equidade
E abrir portas de oportunidades
Para os até então, esquecidos pela sociedade.
Por JULIANA ROSSI