Basta-me um olhar
Mesmo pela janela,
É lampejo na mente
Ou uma rima singela
-E eu vejo lá fora a poesia
Porta que se abre no papel
Em tempos ofuscados
Com vestes coloridas
Enfeitando a nua realidade
-Tento salvar a tarde fria
Transbordo em fração de segundo
O desejo quase imaterial
De mudar o mundo
Na ponta do lápis
– Saudades do ontem, eu diria
Tranquiliza-me os versos
A espalharem-se
Em forma de oração
Sobre o chão que vejo
Em guerra,
Sem fé,
Na dor,
Sem pão,
Sem direção
– Escrevo para suportar outro dia…
Por RILNETE MELO