PENUMBRA
As ruas estão molhadas
Mais uma lágrima se afoga na poça d’água.
Esta é mais uma daquelas cartas intermináveis, não sei se a décima sétima, ou décima
oitava, já me perdi nos décimos, milésimos e horas e segundos. Eu estou perdido em um
mundo cujos dias são todos iguais. A saudade de você é uma tarde de domingo que não
adormece. O lado escuro e eclipsado é uma confirmação de que o inverno tem sido caótico
e infernal, o outro lado se chama ausência. Ausência de mim, daqueles que sou, daqueles
que fui depois de você.
O caos deita e dorme do meu lado, o vento descasca o choro, a lágrima corta feito navalha,
a saudade é estreita e gélida.
Esse vazio fragmentando que você emaranhou no meu peito, despede-se de um
amanhecer estéril.
[Penumbra]
Por SIGNO DE LUA