Corre numa alvura gélida, constrito,
O suor das belas águas do meu Tejo,
Sobre o qual sozinha eu arquejo
Para, contudo, não fazer o que foi proscrito.
Na margem terceira d’um rio audaz,
Cintila um plácido azul de estrelas cingido
A refletir um rosto por dunas cindido,
À deriva, que de temor então se perfaz.
Há aqueles que mergulham fundo
Até o inóspito assoalho marinho;
Os que seguem com água no colarinho;
Ou contra a correnteza do mundo.
Da canoa com olhar temeroso inquiro:
Basta-me vê-lo escorrer por dedos côncavos
Ou chorar mais um dos alvoreceres fulvos? (…)
Metade do corpo seco, pois, no rio insiro.
Por JULIA PRETO
São José do Rio Preto – SP, BRASIL