Entendermos sobre o surgimento da escrita e o quão significativo ela se tornou para a humanidade é algo, naturalmente, instigante. Escrever é o que torna possível o aperfeiçoamento de comunicações e viabiliza uma maior liberdade expressiva através de registros que dialogam com o leitor.
Maria Mendes (2019) enfatiza a visão de historiadores quanto à instituição dos sistemas de escrita, os quais surgiram de forma independente em variados períodos e em diferentes civilizações. É o caso dos sistemas desenvolvidos na Mesopotâmia, China, Egito e América central. Nessa toada, a autora ressalta que a evolução histórica da escrita compõe um passo importante para a humanidade, tanto por comprovar registros constituídos ao longo da história, quanto para representar uma nova forma de enxergar o mundo e interpretá-lo.
É salutar que, historicamente, a escrita é tida como um recurso fundamental para a humanidade. Dentre os seus benefícios, pertinente salientar a sua capacidade de transcender às limitações verbais, temporais e locais. Os registros tendem a ser perenes e, talvez, trabalhados de forma melhor quando não verbalizados. Não é ousado afirmar que a escrita traduz a apoteose do alcance da expressão, além de ser importante mecanismo que exprime os mais diversos questionamentos, pensamentos, ponderações e emoções.
“A palavra é meu domínio sobre o mundo.”
“Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever”
(Clarice Lispector)
Sem a escrita, até onde iria a nossa capacidade de refletir e registrar avanços quanto ao conhecimento? Cogitando-se uma possível inexistência da escrita, esta talvez fosse materializada por sensações de precariedade de comunicações e se tornaria comum a ausência de visões holísticas.
Ainda sob um viés questionador e reflexivo, como seria a vida sem a literatura, visto se tratar de uma das mais belas expressões artísticas de todos os tempos? Talvez os pensamentos fossem limitados, metaforicamente, a vazios ou a ambientes inóspitos, como se os aspectos positivos dificilmente pudessem ser extraídos.
A relevância da escrita transborda os próprios escritos, não se limitando à literalidade. É por meio da escrita que importantes registros e seus criadores são eternizados. É a escrita que nos apresenta aos maiores gênios da humanidade. É por ela que ensinamentos superam épocas e marcam a história. Por mais paradoxo que pareça, é a escrita que nos atribui voz. E isso faz toda a diferença!
