Hoje, olhando no espelho
Ví o reflexo da saudade
Ela estava em silêncio
Ensaiando tortura
Se pintava em preto e branco
Afinal, a dor extraía sua tinta
Trouxe-me a angústia
Com esse olhar reflectivo
Ao fundo d’alma
Analisava meu psicológico
No ímpeto, apaguei a luz
Saí do espelho
Antes de despedaçá-lo
Senti o rosto molhado
Da mágoa que cresceu
A par comigo
E antes, do meu calor tardio
Expressei minhas últimas
palavras:
-Oh, doce senhora
Onde está querida?
-Veja, estou aqui.
Corra-lhe aos pés essa corrente;
tateio sua alma, vou aonde você for…
Por ZARA PIRES
Brasília – DF, BRASIL