Trono de Cangalha

Trono de Cangalha

Obra te coloca em contato com diferentes assuntos como cangaço e ditadura

 

 Abuso sexual, cangaço, abandono materno, a mudança de cidade para uma nova vida, ditadura, tráfico de drogas, aprender a amar e tantas outras aventuras! Sim, tudo isso é abordado nessa obra eletrizante: Trono de Cangalha, de Aroldo Veiga.

 Laércio é o personagem principal da obra que começa com ele no Tribunal sendo julgado por algo que aprontou. Isso já te dá um alívio no coração porque se o personagem principal está ali, contando sua vida, ele vai sobreviver.

 E olha, quanta aventura! São tantos acontecimentos que nenhuma resenha dá conta de detalhar. Você se entretém absurdamente durante a leitura, justamente porque o Laércio é daqueles que tem um dedo podre na hora de decidir que caminho seguir. Ao ler, várias vezes você vai pensar: mas porque ele teve essa brilhante ideia (#soquenao)?

 Na sinopse fala-se que seremos abduzidos, extraídos da zona de conforto e colocados à beira de um precipício mental e é exatamente isso.

 Durante a nossa leitura coletiva, tivemos a oportunidade de conversar com o autor e entender um pouco mais sobre esse trabalho incrível.

 O livro estava escrito há muito tempo, mas Aroldo não tinha certeza da sua qualidade literária e durante a pandemia, quando focou um pouco mais na obra e recebeu feedbacks positivos sobre os manuscritos, e se sentiu mais encorajado a publicar. E nós que tivemos a oportunidade de ler, agradecemos imensamente por isso.

 A ideia do livro é resgatar a tradição do cangaço, mas como esse é um assunto que vem sendo abordado há muito tempo, não só na literatura, o autor focou em fazer uma coisa mais moderna, abordar o cangaço de uma forma mais moderna. “A ideia foi criar um personagem nascido pós ditadura, que crescesse com os escombros da ditatura e que na fase adulta ele pudesse reviver tudo isso através da luta armada. O cangaço é retratado através de uma analogia e essa foi a ideia desde o início”, comenta Aroldo Veiga.

 O título Trono de Cangalha foi escolhido de última hora. A ideia remete a Trono no sentido de herança, de legado e Cangalha uma peça de montaria que se usa no sertão, é como se fosse uma herança do cangaço.

 Já a capa foi feita por um amigo do autor. Ele fez a capa sem ler o livro depois de ouvir Aroldo resumir o livro em cinco minutos, uma síntese da história em um só desenho.

 Como dito, a trama é cheia de reviravoltas, tudo muito bem amarrado. O autor encaixa os assuntos com muita agilidade, sem contar a variedade de temas abordados na obra. Aroldo Veiga destaca que isso acontece porque ele também é leitor então consegue identificar quando a obra é meio chata. “Na verdade, eu sempre digo: Não existe texto longo, existe texto chato. Então eu procuro evitar repetições na minha literatura”, conta o escritor. “Minha literatura não tem uma fonte única de inspiração. É uma miscelânia de música, de cinema, de vivências. O autor é a pessoa que consegue captar tudo o que está ao redor”.

 Questionado sobre sua personalidade ser semelhante à do personagem principal, Aroldo respondeu: “Todo romance tem um pouco de biografia, tem um pouco do autor e Trono de Cangalha não foge à regra, em muitos aspectos eu me vejo em Laércio, não em todos, mas em muitos”.

 Aroldo não vê muita oportunidade de uma continuação para Trono de Cangalha. “É um livro bem episódico e conta muito com a juventude do personagem. Laércio já termina com uma certa idade no livro e não sei se teria condição de fazer uma segunda parte, não”, conta o autor. Mas, está pensando em escrever mais obras com essa temática, embora não queira ser rotulado como um autor de um estilo só.

 Sendo assim, ler Trono de Cangalha é uma oportunidade única e imperdível. O livro tem 240 páginas e foi publicado pela Criação Editora. Aroldo Veiga nasceu em Aracajú, graduou-se em Educação Física pela Universidade Federal do Sergipe, fez especialização em Língua, Linguagem e Literatura pela Universidade Tiradentes. Atualmente trabalha como professor e Trono de Cangalha é sua primeira produção literária. Que venham muitas mais! Mais informações sobre a obra e sobre o autor em www.aroldoveiga.com. br.

 

“Minha literatura não tem uma fonte única de inspiração. É uma miscelânia de música, de cinema, de vivências. O autor é a pessoa que consegue captar tudo o que está ao redor”.

 Sinopse: O que você faria se a miséria e a violência fossem uma constante em sua vida? Se a sua mãe precisasse se prostituir para que você não morresse de fome? Você lutaria para mudar esta realidade, ou se conformaria com o destino que lhe fora sentenciado? Até que ponto você seria capaz de chegar? Em Trono de Cangalha, os seus paradigmas serão alongados até os confins do imaginável. Você se deleitará com uma linda história de amor, de superação, uma saga que mescla a nobreza de valores humanos com os mais viscerais instintos de sobrevivência. Mas não se engane! Isso aqui não é um conto de fadas. Você também será abduzido, extraído da sua zona de conforto e colocado à beira de um precipício mental. No instante seguinte, despencará do cume mais alto para o fosso mais profundo da sua própria alma. E então, você está preparado? Meu conselho é não pensar muito. Apenas respire fundo e encare este desafio, mergulhe de cabeça nesta aventura literária imperdível, repleta de lirismo e conteúdo histórico.

 Sobre o autor: Aroldo Veiga nasceu em Aracaju. Graduou-se em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe. Fez especialização em Língua, Linguagem e Literatura pela Universidade Tiradentes. Atualmente trabalha como professor na rede pública de ensino. Trono de Cangalha é a sua primeira produção literária.

Por JANAÍNA LEME

 

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