O que mais gostava de fazer na fazenda Lambertini, era contemplar a bela visão do roseiral, ele era repleto de rosas de todos os tipos, cores e tamanhos. O céu estava carregado de densas nuvens negras, trazendo uma forte ventania. “A sua criança interior renasce… quis brincar”. Por um momento, sente que os seus pés flutuavam do chão ao sentir o cheiro das flores invadir as suas narinas, quando se dar conta, já estava no roseiral, tocando em suas pétalas, e por mais que a sua mãe tivesse a advertido para que não fosse ali, algo a atraía para aquele lugar, e cada vez ficava mais forte.
Escuta um choro agonizante, sofrido. Começa a andar entre as flores, seguindo aqueles soluços até se deparar com um homem virado de costas prostado ao chão em prantos, aparentava ser bastante jovem, usando trajes bem finos: uma blusa social branca com uma calça social risca de giz preta, calçado em um sapato mocassim. Tomada por grande comoção, debruça sobre ele e o abraça, botando as mãos em seu peito, sentia todas as batidas do seu coração e toda a angústia que ele sentia. Ele não a deteve, simplesmente coloca suas mãos sobre a dela, e diante daquele toque, imediatamente uma forte conexão os envolvem, seus corações batiam juntos em mesma proporção… pareciam se conectar um com o outro.
Aquele abraço, de alguma forma, o confortava e amenizava o grande vazio que tinha no coração, fazendo o seu ser vibrar. O cheiro suave do seu perfume, era como um tranquilizante que o acalmava. Ela não conseguia explicar tal sensação, mas aquilo a deixava feliz, e de algum modo, sentia que o seu mundo, era junto ao dele.
Por Divina Souza