Segue o cortejo, em procissão bendita…
Serpenteando na avenida, encanta.
Os foliões, sem vestimenta santa,
cantam no coro que, empolgado, grita!
O carnaval, em compulsão que agita,
faz sombrear a maculada manta.
E ao camuflar o desprazer, replanta
as esperanças com confete e fita…
Pela avenida, desfilando o corso,
sob o pretexto de sonhar, eu torço
por um capricho do destino insano.
Que a fantasia, em expansão, perdure…
Ao disfarçar desilusões, que cure
a insensatez que desfigura o humano.
Por ELVIRA DRUMMOND