Quando eu morrer
Não quero tristezas
Não quero muito choro
Quero a alegria de um sorriso
Quero que me mantenhas vivo.
Quero um punhado de rosas e flores,
Quero a terra de onde eu nasci
Cobrindo meu corpo,
Abençoando a minha alma
Quero sentir a calmaria de onde eu vim.
Não quero tristezas
Eu amo a vida
E na verdade eu nem sei o que vem
Depois daqui,
Quando vier o descanso
Quando eu morrer
Eu quero a poesia viva
Pois a poesia que habita em mim
Nunca morrerá.
Então, eu nunca morrerei
Eu serei poesia.
Um verso solto,
Que avoa por aí
Na barra do dia.
Não quero o preto no tecido
Vestindo a minha preta cor
Nem a tua,
Então, eu quero a paz.
Quero a bênção de minha mãe
E morar no rio da saudade
Assim como a saudade sempre
Ecoou em mim.
Eu quero a simplicidade da vida
Poetizando a minha morte
Os pássaros rimando-me os versos.
A minha carne?
Eu nem sei
Eu quero a poesia desgarrada da pele
Quero o abraço quente do meu filho
Com a certeza de que aprendemos a perdoar todos os dias.
Quero sentir a canção dos bons momentos
Eu quero as lembranças soltas,
Sem arapucas, sem armações
Eu quero a poesia viva.
Por PAULO HENRIQUE