Elo poético resiste e liberta
Sim, por procura tua,
Amanhã sei que tudo será ontem,
futuro não se vive, mas se inventa
em movimentos à liberdade
ela será pequena, do tamanho que minha alma
necessita, simples mas cultivada,
se puder, será inviolável ao amor da madrugada
A levantarei dos contos que me mentem
confiscam a esperança desta cidade
O miúdo menino se levantará precipitado
esquecendo de ser aleijado, onde imagem
da mata sangrando será vencida,
Poderá sonhar sem os mortos que apagam
os sonhos de mentira
Sairemos da cova do teto do mundo
O que tu vistes e eu provei, será coisa de não acontecer
Se puder então, acreditarei nos sonhos
afundadas resenhas em painas.
Sim, desacreditarei do vil destino
e irei pulando as cordas e ponteiros do tempo
Ainda sei que restará a mim olhar sem escamas
poesia do amanhã será menina
Dos campos de trincheiras e vales combatentes,
verei brotar um verde trevo de resiliência
Abandonarei espaços que limitaram independência,
na liberdade de expressar curando em versos as feridas,
dançarei o fado, o frevo e no abraço da cintura tua,
Inventarei livre-arbítrio e memórias-sol,
a transcender pela palavra que brilha e cintilante será
no acontecer e entardecer da vida
Por RUTE ELLA
São Paulo – São Paulo, Brasil
