CONTADORES DE HISTÓRIAS – Narração e Sentimento

CONTADORES DE HISTÓRIAS – Narração e Sentimento

Não entendo, apenas sinto. Tenho medo de um dia entender e deixar de sentir.

Clarice Lispector

 As histórias contadas trazem consigo grande arsenal de lembranças e sentimentos em quem as conta mas principalmente em seus espectadores.

 Nós, seres humanos, diversas vezes temos extrema dificuldade em falar sobre nossos sentimentos, o que pode gerar inclusive muitos distúrbios que podem ser físicos, emocionais ou comportamentais.

 Quando a escuta sensível encontra com a contação de histórias, mares de sentimentos podem se abrir e deixar vazar lembranças e sentidos sejam essas de qual densidade forem no interior de cada indivíduo.

 Não raro encontramos pessoas que se sentem-se imensamente felizes ao ouvir uma história que traz para si lembranças de tempos remotos de suas vidas, algo que havia ficado esquecido e que com a sensibilidade da arte pode ser trazida à tona de maneira afetuosa, intensa abrindo quase que um portal para tais momentos.

 Da mesma forma essas lembranças podem não ser tão agradáveis, podem ser feridas abertas ou cicatrizadas que aparecem ao deparar-se com as palavras de alguma história.

 Com o crescimento e passamos a usar linguagem mais formal, racional a que chamamos de cotidiana, já a narrativa de histórias trabalha com a linguagem do pensamento, com o imaginário, com o lúdico, linguagens essas que são essencialmente infantis e que trabalham com a subjetividade, auxiliando os indivíduos a experimentarem de forma mais leve e saudável o encontro destes sentimentos.

 As histórias tem a capacidade de conectar os sentimentos mais profundos de alguém, basta que estejamos atentos e abertos a imaginar e se entregar ao momento de escuta e vivência das narrativas.

 Acredito que mais forte que a sabedoria, é a imaginação. Que mais potente que a história, é o mito. Que a esperança sempre triunfa sobre a experiência. Que a única cura para a dor é o sorriso. Que mais poderosos que a realidade, são os sonhos.

Robert Fulghum

O SENHOR DAS MONTANHAS

Por JOY SANTANA

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