RECITA-ME – Poema Não há vagas – Ferreira Gullar
O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o
O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o
Mulheres subjugadas e maltratadas Para se ter sob controle Mulheres julgadas e criticadas Por terem o controle Da própria vida Mulheres humilhadas e feridas Para
Ei menina, vê se acorda Essa não é a sua sina Com o tempo a vida ensina Que a gente vale muito mais do que
Encontro o tino, quando teu ar inspiro. Dedilho a tua pele assaz canora, No canto cálido que em nós aflora; Cruzando olhares fidos como um
Eu não quero ser poeta! Na verdade, nunca quis. Sou apenas sensível demais! Emocional demais! Amante demais. Mas eu não sou poeta! Escrevo sobre mim
Se o mesmo vento que passa em teus cabelos por um instante tocasse meu rosto, me levaria à sombra do teu corpo como um rastro
Sinto minha alma ferver como há muito tempo não sentia. A vontade de viver agora renasce em mim. Não sei ao certo o que
Casou-se bem jovem e fora preparada para ser bela, recatada e do lar. Havia estudado, formando-se em Pedagogia. Nunca exerceu a profissão, dedicando-se exclusivamente à
Meu corpo tenso vive se sentindo escravo da mente. Sempre num labirinto entre o querer falar e a necessidade de silêncio. Lâminas me cortam ao
Restava menos de uma hora, sessenta minutos, apenas. Eu lia Clarice, mas era você quem me preenchia; eu não entendia a lógica dos fatos e